Um filme corajoso, com uma história mais violenta, mas principalmente, ainda mais complexa. Eis um possível e breve resumo da estreia da semana: "Tropa de Elite 2". O longa é também a continuação da luta do Capitão Nascimento por um Rio de Janeiro livre do tráfico de drogas.
A pré-estreia aconteceu há poucos dias, em Paulínia, cidade vizinha a Campinas, para uma plateia formada pela equipe e elenco do filme, distribuidores, patrocinadores, políticos locais, gente do cinema em geral, jornalistas e críticos vindos de todo o Brasil.

Aplaudido várias vezes durante a exibição - especialmente quando a estrela da série, o Capitão Nascimento surra, sem dó nem piedade, um deputado safado -, "Tropa de Elite 2" é corajoso também, por não repetir a fórmula do filme anterior.

Em vez disso, o diretor José Padilha foi além. Estão lá as pancadarias, os tapas na cara, o saco de plástico para sufocar o traficante. Está lá também o Capitão "Rambo" Nascimento, as traições, a corrupção. Mas tudo corta mais fundo nesta continuação: políticos se unem aos policiais corruptos numa constante luta para se dar bem.

Em um prólogo que se passa quatro anos antes de agora - mas, mesmo assim, depois do filme original -, acompanhamos a saída de Nascimento da chefia do Bope.

Chegamos então aos dias de agora, quando o herói é subsecretário de segurança pública do Rio de Janeiro. Está separado da mulher e seu filho é um adolescente. Entre seus adversários, está um deputado do bem, defensor dos direitos humanos, mas que não entende a linguagem da violência das ruas.

No trabalho dentro da secretaria, Nascimento parece ganhar a guerra contra as drogas, mas não percebe que policiais do mal tomam o lugar dos traficantes nas favelas e passam a controlar os locais, aterrorizando os moradores. São as milícias, e essa é a nova luta do ex-capitão.  A atração principal fica por conta de descobrir se ele vai vencer mais essa?